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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

James Cameron's Avatar: The Game

Não sei porque eu ainda tento dar crédito às pequenas coisas de certos jogos, em uma tentativa vã de encontrar algo que valha a pena considerar como divertido. Talvez seja minha paixão por games ou mesmo uma consideração inata pelo esforço realizado por desenvolvedores mundo afora — mas o fato é que eu sempre tento enxergar o lado bom dos títulos, por piores que eles sejam. Mas tem aqueles que insistem em me deixar na mão.

O filme Avatar, de James Cameron, foi uma superprodução. Aliás, foi além disso, revolucionando a forma de enxergarmos o 3D nas telonas e impressionando a todos com sua qualidade visual e artística — mesmo que a história esteja longe de ser das mais originais. Com isso em mente, antes mesmo de começar a jogar eu esperava que os jogos revivessem o sentimento épico do filme... Ledo engano.

Nas plataformas que testamos (PS3, X360, Wii), o jogo simplesmente pareceu um típico jogo associado a filme, com o objetivo de divulgar este último sem qualquer tipo de cuidado com a qualidade e a diversão. Erros crassos e descaso gritante com elementos-chave do que é visto nos cinemas transformaram aqueles que poderiam ser os pioneiros da jogabilidade 3D em algo realmente tosco.

Para os poucos que não estão familiarizados com o universo de Avatar, aqui vai uma breve descrição: os seres humanos estão tentando estabelecer uma missão de mineração em uma lua chamada Pandora, na qual eles entram em conflito com o meio-ambiente em si, que é extremamente hostil, e os povos nativos do local, chamados de Na’vi.

O filme conta a história de alguns dos humanos que acabam se envolvendo com os nativos e simpatizando com sua causa, já que os humanos estão causando enorme destruição do ecossistema. Os games, porém, possuem uma narrativa que envolve apenas alguns poucos dos indivíduos vistos na telona, possuindo protagonistas completamente diferentes.

Mas aí mora um problema: quem se importa com esses protagonistas desconhecidos? Qual é seu impacto no universo de Pandora, já que no filme os personagens principais “resolvem tudo”? E qual é a interação entre todas essas tramas diferentes? Perguntas que, infelizmente, ficaram sem resposta mesmo após jogarmos.

Na versão para o PS3 e X360, o escopo é maior do que o de outras plataformas — como o Wii, por exemplo. O jogador começa a partida como um humano especialista em sinais eletrônicos que possui um avatar, mas eventualmente deve escolher de que lado ficará: dos nativos Na’vi ou da companhia de mineração humana.

O próprio conceito do game é mais abrangente, já que existe uma liberdade um pouco maior de movimentação pelos mapas, um tamanho maior desses últimos e missões mais elaboradas. No entanto, nada que o faça se destacar ou mesmo honrar o nome da franquia que carrega; nada de “uau” ou “caramba” na hora de verificar os elementos que compõe este título.

Aprovado

Do que nós gostamos

Evolução de personagem

Embora a história seja pré-determinada e as escolhas que o jogador pode fazer, limitadas, ainda assim existem vários elementos a serem desbloqueados conforme o personagem ganha experiência das mais diversas formas. Assim, as armas se aprimoram, os equipamentos mudam e as habilidades se diversificam.

Não existe uma grande variedade, mas é o suficiente para fazer com que você se sinta alguém além de um simples “pau-mandado” com uma arma na mão, que é apenas mais um soldadinho sem cérebro. Isto é principalmente verdadeiro no que diz respeito às armas, já que você pode escolher o estilo que prefere.

Ambientação típica

Se existe algo que foi bem feito neste game, é a ambientação. Logo de início já é possível perceber que o universo em que seu personagem se encontra é o de Avatar, e a atmosfera de Pandora foi recriada razovelmente bem para que não haja dúvidas de que é um lugar hostil e exótico — algo necessário para tentar chegar à experiência dos filmes.

Até mesmo a forma como o meio-ambiente trata o jogador se modifica dependendo da forma que você assume. Caso esteja em seu corpo humano, deverá lutar contra tudo e todos — até mesmo as plantas se voltarão contra você. Já na pele de seu avatar, a coisa é mais tranquila e é preciso saber utilizar o cenário a seu favor, já que destruí-lo não trará nada de bom (você ganha experiência ao destruir plantas do cenário como um humano).

Bastante ação

Embora o sistema de combate não seja dos melhores, não falta pancadaria em qualquer que seja a missão. Muito tiro, explosão e vários inimigos de uma só vez compõem uma experiência que, mesmo se não é muito boa, tenta reproduzir fielmente o sentimento de estar em um ambiente que parece fazer de tudo para vê-lo morto.

Mini RTS integrado

Algo interessante, embora não muito envolvente, é um pequeno jogo de RTS integrado à campanha principal, no qual o objetivo do jogador é conquistar áreas do planeta. São utilizados como recurso créditos adquiridos na campanha principal e existem recompensas que impactam o personagem. Um pouco de variedade, que dá um toque diferente ao game.

Reprovado

O que espantou o video game brasil... No mau sentido

Absurdos

Humanos cuja velocidade de corrida aumenta com o uso de uma habilidade? Avatares que ficam invisíveis? A inexistência de conexão pelo cabelo com as criaturas que os Na’vi montam? Esse é o tipo de coisa que destrói aquele famoso elemento chamado de “imersão”. Qualquer pessoa que tenha prestado um mínimo de atenção ao filme notará diversas liberdades que foram tomadas que não condizem com a estrutura mítica da franquia.

Uma vez, tudo bem. Duas, até vai... Da terceira em diante, você começa a achar tudo isso uma palhaçada. Quando se faz um game que leva o mesmo nome do filme, o mínimo é reproduzir a mitologia deste último de forma adequada, para que não destoem e que seja possível considerar que ambos contam histórias diferentes de um mesmo universo. Não é o caso com esse jogo.

Haja “bullet time”

A famosa câmera lenta que já virou tradição dos jogos de tiro retorna mais forte do que nunca. Afinal de contas, não existe praticamente nenhum tempo de recarga, ou mesmo barra a ser preenchida antes de utilizá-la. É possível ativar o modo a praticamente todo momento — e, inclusive, é bem difícil de conseguir acertar certos inimigos sem ela.

A consequência é uma trivialização dos combates e do estilo épico das batalhas, já que você sempre terá a opção de desacelerar o tempo e mirar com cuidado — mesmo que as balas se movam lentamente também. Algo desnecessário e, francamente, um design preguiçoso por parte dos desenvolvedores.

Controle ruim dos veículos

Não há muito o que dizer sobre esse ponto. Os controles dos veículos, especialmente dos voadores, não são nada intuitivos e são realmente ruins. É bem difícil controlá-los adequadamente e em diversos momentos você acha que deveria estar usando um manche para controlá-los de forma razoável.

Câmera

Algo que parece contaminar todas as versões do game é a qualidade horrível da câmera. Ela tem uma tendência a se enfiar nos piores cantos possíveis, e em diversos momentos se comporta de forma totalmente errática. Quando dentro de veículos terrestres, por exemplo, ela parece estar presa a eles e balança junto, embora a visão seja de terceira pessoa.

A consequência é uma confusão na hora de planejar as ações tanto dos carros quanto dos personagens, transformando a diversão em frustração.

Requerimentos absurdos para o 3D

As versões para PS3 e X360, assim como a do PC, possuem suporte para visão em 3D, através de óculos e TV compatíveis. O problema é que a TV deve poder rodar em 120Hz para que o esquema funcione. Você possui uma capaz disso? Nem nós, nem a grande maioria dos brasileiros. Na verdade, apenas as TVs mais recentes o fazem, algo que exclui grande parcela dos usuários de games.

Dublagens

Poucas vezes comento sobre as dublagens dos personagens já que é difícil para o público geral reconhecer nuances de vozes em inglês, mas este jogo merece levar um “pedala” por esse aspecto. As vozes dos personagens são simplesmente incompatíveis com seus gestos, suas aparência e até mesmo seus diálogos. Creio que a equipe Baixaki Jogos conseguiria fazer um trabalho mais rigoroso do que o existente.

A coisa é tão precária que algumas vezes o jogador tem a sensação de que o personagem que está conversando com o protagonista tem algum distúrbio mental referente à atenção — ou é autista ou é lunático. Afinal de contas, a voz e os diálogos mudam abruptamente e você fica com aquela sensação: “mas que p... é essa!”.

Conclusão

Vale a pena?

Não. Não há o que discutir, o jogo não chega nem aos pés do filme e não reproduz a experiência visual épica que tomou os cinemas de assalto. Nenhum fã que se preze irá gostar de ver o que foi feito com a superprodução cinematográfica de James Cameron em sua adaptação para os games, e gamers mais fanáticos em geral considerarão o título como uma piada de mau gosto.

Não consigo imaginar que ninguém que se preze e se informe antes de comprar ou alugar um título acabe adquirindo Avatar: The Game, mas é bom reforçar: este jogo em nada reflete a qualidade do filme Avatar.

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