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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

novidade

Indústria de jogos eletrônicos: Game Designer.

Após muitos pedidos — muitos mesmo, vários usuários do Baixaki Jogos me mandaram mensagens pedindo maiores informações sobre a carreira de Game Designer — resolvemos explorar um pouco mais deste mundo que desperta curiosidade em qualquer jogador de video game: a indústria de produção de jogos eletrônicos.

Como já foi dito inúmeras vezes, este é um trabalho sério, que requer muito mais do que uma vontade de jogar — na verdade, embora seja excelente que alguém ame o que faz, não é necessário passar horas por dia na frente do PC ou da TV para trabalhar com isso. Portanto, decidimos passar a você, leitor, um pouco mais de informações sobre esta carreira, explorando as áreas de atuação e a formação de profissionais em território nacional.

Não pretendemos criar uma enciclopédia compreensiva de tudo o que engloba o universo de Game Design, ou teríamos em mãos uma tese de mestrado, mas esperamos que este singelo artigo sirva para clarear um pouco a mente a respeito dos fatos e dos mitos que cercam esta profissão. Afinal de contas, todo fã de video games já pensou algum dia em como seria trabalhar com isso.

O título da matéria é bastante genérico propositalmente: se houver uma boa resposta com relação a este primeiro texto, quem sabe não fazemos o mesmo para outras profissões da indústria. Até mesmo por isso, o que você lerá abaixo será bastante introdutório, não somente com relação a esta carreira específica mas à indústria de jogos como um todo.

Mas chega de explicações, confira abaixo o que nós reunimos de informação sobre uma das mais divertidas profissões do mundo!

Desenvolvimento de jogos

Desde o início

Quem inventou o primeiro jogo da história? Ninguém sabe. Afinal de contas, o conceito de entretenimento é extremamente difuso, e pode ser tão antigo quanto a própria humanidade — quem pode afirmar com exatidão quando surgiram os jogos de tabuleiro? Ou mesmo os dados? Mesmo atividades mais simples, como o cabo-de-guerra, podem ser consideradas jogos, já que o objetivo é o divertimento e a competição.

É uma área tão complexa e profunda que existem antropólogos, historiadores e vários outros profissionais que estudam exclusivamente este tipo de atividade. No entanto, eles geralmente estão restritos a outros países, já que no Brasil nós temos um grande problema com o termo “jogo”.

Preconceito histórico

Em nosso país, o termo “jogo” geralmente representava duas coisas: brincadeiras de crianças ou jogos de azar. Embora jogos não precisem contar com sorte, podendo basear-se em estratégia ou habilidade, por alguma razão o povo brasileiro aprendeu a relacionar o termo jogo com um vício ruim — em geral um em que a pessoa perdia dinheiro.

Para que jogos fossem aceitos como algo válido, eles deviam ser relacionados primariamente a outras categorias, principalmente a de esportes: futebol, basquete, tênis e várias outras modalidades são, no fundo, jogos — afinal de contas, são atividades com objetivo recreativo que possuem regras definidas e envolvem competição.

Assim, raríssimos foram os indivíduos que apostaram em qualquer tipo de atividade nesta área que não fosse voltada a um desses dois públicos. Isto pode ser visto claramente na existência de regulamentações pesadas sobre jogos como o bingo, o jogo do bicho e afins; e também no foco majoritário de jogos de tabuleiro e cartas no público infantil, considerando que as crianças são os interessados nisso. Quem é que nunca ouviu alguém dizer que jogar é coisa de criança ou viciado?

Por causa disso, o mercado de jogos no Brasil proliferou apenas nas últimas décadas do século XX, quando se tornou tão grande e parte da cultura popular em outros países que ficou impossível ignorá-lo em território nacional. Além disso, novas modalidades de jogo continuaram a fazer sucesso conforme as crianças que as jogavam iam crescendo — e continuavam gostando delas.

De jogos para games

Os jogos eletrônicos surgiram nesta mesma época, mas mesmo eles eram considerados diversão para o público infanto-juvenil, indo no máximo até os jovens de faculdade. Algo que persistiu no país até o início dos anos 90, quando a coisa toda começou a mudar e os títulos com mentalidade mais adulta começaram a aparecer.

O termo video games consolidou-se como o nome desta nova forma de entretenimento, superando a expressão “jogos eletrônicos” por larga margem. Consequentemente, quando os jogos mais maduros começaram a surgir no mercado, o termo foi abreviado simplesmente para “games” para denotar uma área do entretenimento que fosse diferente do conceito tradicional de “jogo” — algo infantil ou de azar.

Game Designer

De inventor a criador de jogos

Com todo esta base histórica em mente, podemos entender porque demorou tanto tempo — e ainda hoje temos um longo caminho a trilhar — para o Brasil entrar na dança e começar a formar seus próprios criadores de jogos. Ou games, como preferir. Fato é que não era incomum chamar as pessoas que tinham ideias para novos jogos de tabuleiro ou cartas de inventores, palavra comum no século XIX e na primeira metade do século XX para denotar pessoas que criavam conceitos inovadores em qualquer área.

O passar do tempo modificou tanto o título destas pessoas quanto sua forma de atuação. Enquanto não era incomum que alguém sozinho comandasse todas as fases de criação de um jogo, a crescente complexidade demandada por eles — especialmente pelos jogos eletrônicos, que evoluem absurdamente rápido — fez com que a especialização fosse absolutamente necessária. O vídeo abaixo é uma explicação do que a Electronic Arts espera de um bom profissional. http://www.youtube.com/watch?v=JvPZ8xG4LlQ&feature=player_embedded

No caso específico da indústria de video games, a função de game designer surgiu a partir da necessidade de se ter alguém que pudesse ditar o direcionamento do jogo e coordenar o que deve — e também, principalmente, o que pode — ser feito. A função é extremamente abrangente e engloba todas as áreas da produção de um game, o que faz com que o profissional deva ter um conhecimento amplo e diversificado das diferentes partes que compõem o processo.

Assim, um game designer deve entender (embora não precise ser um especialista) de arte, de narrativa, de programação, de tecnologia, de mercado, de psicologia e vários outros aspectos que influenciarão no produto final e seu apelo perante o público. Definitivamente não é uma tarefa fácil, e ele é um daqueles trabalhadores que suarão a camisa mais do que qualquer outro da equipe.

Criatividade, a característica definidora

Se existe algum traço que pode ser encontrado em todos os game designers bem sucedidos, é a criatividade. Ela é absolutamente necessária, não somente para elaborar novos conceitos e juntar ideias que tornem o game interessante, mas também para buscar soluções para os diferentes problemas e situações que aparecem durante o desenvolvimento de títulos — como adaptar algum conceito à tecnologia existente, como substituir algo que não está funcionando, que tipo de ferramenta pode ser utilizada em determinado momento.

Mas esta não é a única capacidade que um game designer deve demonstrar. Embora não exista um perfil fixo para o profissional — mesmo que existam cursos de graduação com currículo fixo, falaremos disso mais adiante — e alguém que queira trabalhar na área pode possuir qualquer tipo de “background”, algumas aptidões são mais adaptadas a esta função do que outras.

Uma delas é a de comunicação. Como o game designer é a pessoa que possui a ideia central do jogo, de como ele deve ser, é preciso que ele saiba transmitir isso à equipe com que trabalha, de forma a reproduzir da forma mais fiel possível o que está em sua cabeça. A não ser que ele seja uma pessoa extremamente versátil e competente, não conseguirá produzir o game sozinho, então precisa saber comunicar-se.

O que nos leva a outro ponto que já mencionamos no artigo anterior, trabalho em equipe. Algo que é necessário e demandado por praticamente todas as áreas do conhecimento e de trabalho atuais, mas que aqui se reflete enormemente no produto final. Se as pessoas que trabalham em um game não estiverem em harmonia, o resultado será mais fraco.

Liderança é outro ponto importantíssimo, já que o game designer estará comandando toda uma equipe que precisa ser motivada e envolvida por aquela ideia que está na cabeça de uma pessoa só — mas que deve estar na cabeça de todos conforme o projeto avança. Além disso, todos precisam apoiar o conceito, algo que um líder fraco não conseguirá fazer.

Complementação

Além destes pontos centrais, existem outros que variam de pessoa para pessoa. Uma será mais forte em programação, outra no trabalho artístico, outra na percepção do que a audiência quer, outro sabe contar histórias como ninguém. Estas características mais específicas devem ser utilizadas em todo seu potencial, mas é preciso que a equipe de desenvolvimento compense as áreas em que o game designer é mais fraco.

Isto quer dizer que se você, como game designer, não entende muito de programação, precisará de um profissional desta área bastante experiente e consistente para que possa lhe dizer o que pode e não pode ser feito, o que é melhor e o que é pior. E deve confiar nesta opinião, já que não há espaço para “achismos” e arrogância neste meio.

Brasil

Um país de... Pouquíssimas oportunidades na área

Não é nenhuma novidade que as pessoas que querem trabalhar com games (lembrando, games denotam os jogos eletrônicos) no Brasil, independente da área, possuem opções extremamente limitadas. Isto porque elas têm basicamente duas escolhas: trabalhar em uma empresa estrangeira grande e já estabelecida, mas não necessariamente fazer parte da criação, em si, de jogos eletrônicos; ou arriscar-se em empresas nacionais pequenas que possuem dificuldades imensas para conseguir investimentos e representação para seus produtos.

Fica fácil entender porque muitos escolhem a primeira opção e porque a indústria brasileira continua pequena, mesmo que o mercado consumidor continue expandindo absurdamente a cada dia. Afinal de contas, poucos estão dispostos a correr os riscos altíssimos com poucas visões de recompensas no final do caminho.

Isto não quer dizer que não existam empresas dispostas a tentar. A Abragames, Associação Brasileira de Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos, representa estas empresas e tenta expandir as oportunidades e os interessados nesta área. Através do site da associação, é possível conferir os nomes das associadas e algumas informações adicionais.

Formação

No que diz respeito à capacitação de profissionais para trabalhar neste meio, a coisa fica ainda mais complicada. São pouquíssimos os cursos ofertados e eles variam enormemente. Para ter uma ideia, a última pesquisa realizada pela Abragames sobre o assunto, em 2008, já está completamente desatualizada. Vários dos cursos já foram extintos, enquanto outros surgiram ou foram modificados.

No site do MEC (Ministério da Educação), ao inserirmos a categoria de Desenvolvimento de Jogos Eletrônicos, só encontramos um curso, como você pode conferir aqui. Se trata de uma graduação na Faculdade Infórium de Tecnologia, em Belo Horizonte.

Pesquisas adicionais revelam que existem inúmeros outros, desde graduação até cursos de extensão e pós-graduação. Um outro que chamou a atenção foi o da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, que possui um currículo bastante diversificado. O aluno aprende desde Mitologia em Design de Games até Gestão de Negócios de Games, passando por Animação Vetorial e Tipografia Aplicada.

Em cursos mais compactos, existe um de Game Design na Universidade Positivo, em Curitiba, com três dias e 30 horas-aula de duração. Nele, o foco é mais nos conceitos essenciais de game design e nas necessidades básicas de um jogo — deixando por conta do aluno pesquisar mais profundamente a respeito de outros pontos.

O que é importante dizer é que, no momento, não há necessidade de diploma para ser um game designer. Os maiores profissionais do mundo nesta área não cursaram faculdade para isso. O que um curso de graduação nesta área oferece é um entendimento não somente da criação de games, mas também de tudo o que envolve a indústria do entretenimento e as diferentes funções e atribuições existentes dentro de uma empresa do ramo.

No final das contas, o que deve ser feito é pesquisar. Ver o que condiz mais com sua personalidade e o que você está procurando. Ir atrás de empresas e conhecê-las, ver o que ela precisa e que tipo de profissional você quer ser. Assim, pode correr atrás das coisas certas. Em última instância, é preciso entender realmente que isto é um trabalho, e que se é o que você quer fazer, deve ir atrás com vontade.

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