segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Criar, partilhar e experimentar. Um hino à longevidade.
A redefinição de um género de videojogos é algo que aparece cada vez com menos frequência. LittleBigPlanet toma as rédeas de um vulgar jogo de plataformas, transformando-o numa experiência muito peculiar. Continuamos a ter de ir do ponto A até ao ponto B, contudo, o que se faz pelo meio é um hino à criatividade e à liberdade de expressão. Transportando às costas enormes expectativas, a obra da Media Molecule chegou e prova que ainda há jogos na PlayStation 3 que não sucumbem à pressão.

Como já devem lido ou visto, em LittleBigPlanet assumimos controlo sobre um Sackperson, um boneco que tem no corpo a tela à espera que o decoremos a nosso bel-prazer. Desde o cabelo até aos pés, passando pelos olhos, boca, dentes, mãos, tudo pode ser adornado com o que tivermos em inventário e reinventado sempre que apanham um novo objecto. Ou seja, acabamos a nossa passagem pelo modo Estória com um Sack completamente diferente do que aquele que iniciámos.

E é este modo o único que vão ter à vossa disposição quando colocarem o Blu-ray na consola. De 20 níveis disponíveis, os três primeiros são para se acomodarem ao controlo da personagem e à metamorfose que rege o deambular por entre cenários. Daí em frente abre-se um mundo sem precedentes, deixando-vos criar os próprios níveis, jogá-los e partilhá-los através da PlayStation Network. Porém, para já, o melhor é cingirmo-nos ao modo principal a solo.

Com uma estória divida por planetas, cada nível apresenta um ambiente totalmente díspar quando comparado com outro. Tudo está arquitectado em torno de uma variedade que nunca vos cansará a progressão. No cerne da passada de Sack estão controlos fáceis de serem memorizados. Tal como num jogo de plataformas mais tradicional, imperam os saltos e a aniquilação de algumas criaturas menos amigáveis. Existe ainda a obrigação de decorarem que certas fases serão passadas agarrando determinadas partes do cenário.

Se LittleBigPlanet se quedasse por aqui, certamente não passaria de mais um jogo. Ciente disto, a Media Molecule incluiu partes no cenário que são telas em branco à espera que um autocolante desbloqueie secções mais selectas. Por todas elas centenas de autocolantes, materiais e roupas para vos obrigar a usarem toda a vossa agilidade. São precisas perto de uma dezena de horas para chegar ao final do modo Estória, pelo menos outras tantas se quiserem atingir os 100% por onde passarem.
Infelizmente para os mais impacientes, LittleBigPlanet apresenta algumas falhas ligeiras na jogabilidade mas que vos podem levar a uma mini trombose. Estas falhas podem ser resolvidas à posteriori e têm fácil explicação. Uma vez que os cenários assentam em duas dimensões falsas, ou seja, compostas por várias camadas de cenário. O resultado por vezes leva a personagem para locais indesejados, fazendo-nos perder tempo e, em casos extremos, perder uma vida. Para não terem que recomeçar tudo de novo, existem alguns checkpoints espalhados pelos níveis, gravando-vos o progresso intermédio e fornecendo-vos algumas vidas extras que vão dando para os gastos. Aqueles que pensam que LittleBigPlanet é um jogo para crianças, certamente terão problemas em explicar certas partes onde a dificuldade imposta é bastante elevada, proporcionado um bom desafio independentemente da vossa idade.

A completar a estória, LittleBigPlanet vai deixando desbloquear locais extra que têm a única função de vos lançar um mini-jogo em forma de desafio. Tão fáceis quanto obsessivos, acreditem que o simples acto de saltar com o vosso Sack em cima de um rolo em movimento vos roubará minutos, senão horas.

LittleBigPlanet não consegue fazer uma distinção entre as componentes a solo e multijogador. Primeiro porque se tiverem um segundo controlador ligado à PlayStation 3, qualquer um dos níveis do modo Estória pode ser passado na companhia de um amigo. Depois porque quantos mais objectos coleccionarem a solo, mais rica a criação de níveis e posterior experiência multijogador. Assim, aliando-se ao prazer de repetir algumas etapas, junta-se quase uma obrigação de explorar ao milímetro cada nível, sempre em busca do objecto que ainda não temos no nosso inventário.

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